31º Domingo do Tempo Comum Semana do Tempo Comum
Solenidade de Todos ofiéis defuntos
Jó 19,1, 23-27a: Eu sei que o meu Redentor está vivo
Salmo 25: "A ti, Senhor, elevo a minha alma"
Filipenses 3,20-21: Ele nos transformará de acordo com seu corpo glorioso
Marcos 15,33-39–16,1-6: Jesus deu um grande grito e deu seu último suspiro.
Desde a hora sexta até a hora nona, houve trevas por toda a terra. E à hora nona Jesus bradou em alta voz: Eloi, Eloi, lammá sabactáni?, que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste? Ouvindo isto, alguns dos circunstantes diziam: Ele chama por Elias! Um deles correu e ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta de uma vara, deu-o para ele beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias vem tirá-lo. Jesus deu um grande brado e expirou. O véu do templo rasgou-se então de alto a baixo em duas partes. O centurião que estava diante de Jesus, ao ver que ele tinha expirado assim, disse: Este homem era realmente o Filho de Deus. Passado o sábado, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago, e Salomé compraram aromas para ungir Jesus. E no primeiro dia da semana, foram muito cedo ao sepulcro, mal o sol havia despontado. E diziam entre si: Quem vai nos remover a pedra da entrada do sepulcro? Levantando os olhos, elas viram removida a pedra, que era muito grande. Entrando no sepulcro, viram, sentado do lado direito, um jovem, vestido de roupas brancas, e assustaram-se. Ele lhes falou: Não tenhais medo. Buscais Jesus de Nazaré, que foi crucificado. Ele ressuscitou, já não está aqui. Eis o lugar onde o depositaram.
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
Comentário
O questionamento sobre a morte é muito grande. Porém, questionamos pouco sobre como vivemos, o significado que lhe damos, e o que nos corresponde realizar como cristãos batizados. Reconhecemos que a morte não é o nosso destino final; pois o nosso destino é a ressurreição, conquistada pelas boas ações que realizamos e a confiança no perdão por algum mal ou dano que possamos ter causado involuntariamente.
Na primeira leitura, o bom Jó revela três momentos: viver, morrer e a eternidade em Deus. Ter a certeza do encontro com o Redentor torna-se esperança de vida no meio da adversidade; a certeza do encontro final nos dá confiança e força interior. Pensemos nas pessoas sem atendimento à saúde por falta de recursos; pensemos em quem vive uma morte silenciosa pelas feridas da infância e sofrem de ansiedade, depressão e solidão. É aqui entra a missão da comunidade cristã: de ser uma tenda, uma clínica ou um hospital espiritual que, com proximidade, escuta e solidariedade, se torna um lugar de conforto e esperança. Com a graça de Deus que se aproxima, podemos confortar os enfermos e deixar suas vidas dizerem: "Eu sei que meu defensor está vivo e que no final ele se levantará do pó".
São Paulo convida a comunidade de Filipos a transformar o corpo, não superficialmente, mas como um processo de cura das feridas profundas, causadas pelo desamor, maus-tratos, injustiças e fome. Cada um de nós podemos ser um grão de areia na transformação da história. Encarnar o Reino de Deus na terra implica que nos tornemos o Deus que renasce, floresce e ressuscita.
Hoje, mais do que nunca, nossa vida deve ser um anúncio da Páscoa e do triunfo da vida. Não podemos viver no desespero, tentação que oprime o coração das mulheres do Evangelho. Aquele Deus no qual acreditamos, nos diz: "Não tenhais medo". Não tenhamos medo de denunciar a cultura de morte que expulsa as pessoas dos seus territórios e as vê peregrinar e morrer, em total abandono. O Papa Francisco nos convida a "repensar nosso estilo de vida, nossas relações, a organização de nossas sociedades e, acima de tudo, o sentido da nossa existência". É a oportunidade que temos de olhar para os fiéis amigos de Jesus que nos mostraram como encarnar o evangelho.
Pensamento do dia:
"Desafiemos os costumes, abramos os olhos e os ouvidos, e sobretudo o coração, para que não nos deixemos orientar pelas situações da vida, mas, acima de tudo, pelo grito da Palavra viva e eficaz do Ressuscitado" (GE 137).
