Quinta-feira, 23ª Semana do Tempo Comum
Mártires Carmelitas (1792)
Cl 3,12-17: Amor acima de tudo
Sl 150: «Toda a alma que respira louva ao Senhor»
Lc 6,27-38: «Sê compassivo como o teu Pai»
Jesus disse aos seus discípulos: "A vós que me ouvis, eu digo: Amai vosso inimigos, tratai bem aqueles que vos odeiam; abençoai os que vos maldizem, orai pelos que vos injuriam. Oferecei o outro lado àquele que vos der uma bofetada e não negueis o seu manto àquele que vos tirar a capa. Dai a todo aquele que vos pedir, não exijais nada àquele que vos tira alguma coisa. Tratai os outros como gostaríeis que vos tratem. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Os pecadores também amam seus amigos. Se fizerdes o bem aos que vos fazem o bem, que mérito tereis? O mesmo acontece com os pecadores. Se emprestais alguma coisa aos que vos podem retribuir, que mérito tereis? Os pecadores também emprestam para recuperar o mesmo. Mas amai os vossos inimigos, fazei o bem e emprestai sem esperar nada em troca. Assim, vossa recompensa será grande, e sereis filhos do Altíssimo, que é generoso com os ingratos e maus. Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; mão condeneis e não sereis condenados. Perdoai e sereis perdoados. Dai e vos será dado; vós recebereis uma medida generosa, recalcada, sacudida e transbordante. Pois com a medida com que medirdes vós sereis medidos.
Palavra da Salvação. Glória a vós, Senhor.
Comentário
O texto de hoje contém as exigências mais fortes do Evangelho: amar, tratar bem, abençoar, rezar por aqueles que nos fazem ou nos desejam o mal. Jesus pede a seus discípulos que respondam com amor e bondade aos inimigos. Não é fácil, quando ele nos pede para dar a outra face, porque estamos acostumados a nos defender ou retribuir na mesma moeda. O convite para se engajar nesse comportamento nos desafia a propor caminhos sem violência, sem lutas pelo poder. Jesus nos revela que o amor do Pai é sem medida e gratuito. É por isso que ele nos pede para não busquemos um amor que busca compensação, mas para cultivar um amor compassivo como o do próprio Jesus; saber sofrer e compreender os outros a partir de seus próprios sofrimentos e misérias. Num mundo repleto de tanta violência e ressentimento, estas palavras de Jesus parecem ser o caminho que nos conduz à paz. Precisamos controlar a violência interior e transformá-la, por escolha, em uma oportunidade de superação de nós mesmos. Sejamos instrumentos da paz de Deus.
Pensamento do dia:
"Embora as palavras de Jesus possam parecer poéticas para nós, elas vão muito contra a corrente no que diz respeito ao que é costumeiro, ao que é feito na sociedade" (GE 65).