Primeira leitura: Eclo 44,1.9-13:
Nossos pais são homens de misericórdia; sua descendência permanece para sempre.
Salmo: Sl 149, 1-2. 3-4. 5-6a.9b (R.4a):
R. O Senhor ama seu povo de verdade.
Evangelio: Mc 11,11-26:
Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos. Tende fé em Deus.
Tema: Santos Marcelino e Pedro, mártires (Memória facultativa)
Tendo sido aclamado pela multidão, Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze. No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. Então Jesus disse à figueira: 'Que ninguém mais coma de teus frutos.' E os discípulos escutaram o que ele disse. Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. E ensinava o povo, dizendo: 'Não está escrito: 'Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos'? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões.' Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar uma maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade. Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. Pedro lembrou-se e disse a Jesus: 'Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou.' Jesus lhes disse: 'Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: 'Levanta-te e atira-te no mar', e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados.'
Comentário
O texto do evangelho de hoje começa com um relato enigmático da maldição da figueira. De certa forma, isso prefigura a purificação do templo. Jesus reage em desacordo a um templo que foi convertido em "covil de ladrões". Podemos nos surpreender com a reação violenta de Jesus: virar mesas, derrubar cadeiras, impedir que as pessoas entrem no templo. A força desse gesto profético de Jesus nos alerta para o pior perigo que a religião representa: transformá-la em negócio: fazer do culto, do templo, do relacionamento com Deus uma mercadoria que pode ser vendida e com lucro. Esta ação profética de Jesus continua sendo muito atual em nossos dias. Infelizmente há muitos que continuam tirando proveito da religião e principalmente da fé de pessoas simples. Diante de uma religião que busca manipular Deus com dinheiro, Jesus convida seus discípulos a ter uma relação autêntica com Deus seu Pai baseada na confiança absoluta.
Santo do Dia
S. Potino, S. Blandina e companheiros
séc. II ? mártires ? \"Blandina? significa \"aquela que é branda, suave, meiga?
Os santos Potino, Blandina e companheiros sofreram o martírio em 177. Pertenciam todos às comunidades cristãs de Viena e de Lion. Os cristãos dessas comunidades dirigiram aos cristãos da Ásia uma circular relatando em detalhes o que aconteceu nas perseguições aos cristãos e como muitos foram martirizados. Perseguidos nas casas, nas praças e banhos públicos, os cristãos começaram a ser agredidos e encarcerados. Submetidos a julgamentos nas praças públicas, eram depois supliciados. S. Potino, com 90 anos, foi arrastado ao tribunal e exposto à humilhação pública. A escrava S. Blandina cansou os algozes que se revezavam em torturá-la. Dependurada a um poste pelos braços para servir de pasto aos abutres, estes não a tocaram. Reconduzida à prisão, no último dia da festa, foi flagelada, queimada a fogo lento e lançada à fúria de um touro. Como não morresse, executaram-na à espada. Por seis dias os corpos dos santos ficaram insepultos, sendo depois incinerados e as cinzas lançadas no rio Ródano.