Primeira leitura: Gn 37, 3-4.12-13a.17b-28:
Aí vem o sonhador! Vamos matá-lo!
Salmo: Sl 104, 16-17.18-19.20-21 (R. 5a):
R. Lembrai sempre as maravilhas do Senhor!
Evangelio: Mt 21,33-43.45-46:
Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo!
Tema: Santa Francisca Romana, religiosa (Memória facultativa)
Naquele tempo, dirigindo-se Jesus aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo, disse-lhes: Escutai esta outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, pôs uma cerca em volta, fez nela um lagar para esmagar as uvas e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou-a a vinhateiros, e viajou para o estrangeiro. Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos vinhateiros para receber seus frutos. Os vinhateiros, porém, agarraram os empregados, espancaram a um, mataram a outro, e ao terceiro apedrejaram. O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número do que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma. Finalmente, o proprietário, enviou-lhes o seu filho, pensando: 'Ao meu filho eles vão respeitar'. Os vinhateiros, porém, ao verem o filho, disseram entre si: 'Este é o herdeiro. Vinde, vamos matá-lo e tomar posse da sua herança!' Então agarraram o filho, jogaram-no para fora da vinha e o mataram. Pois bem, quando o dono da vinha voltar, o que fará com esses vinhateiros?' Os sumos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: 'Com certeza mandará matar de modo violento esses perversos e arrendará a vinha a outros vinhateiros, que lhe entregarão os frutos no tempo certo.' Então Jesus lhes disse: 'Vós nunca lestes nas Escrituras: 'a pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isto foi feito pelo Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos'? Por isso eu vos digo: o Reino de Deus vos será tirado e será entregue a um povo que produzirá frutos. Os sumos sacerdotes e fariseus ouviram as parábolas de Jesus, e compreenderam que estava falando deles. Procuraram prendê-lo, mas ficaram com medo das multidões, pois elas consideravam Jesus um profeta.
Comentário
Por gerações inteiras pensou-se, e em alguns círculos isto perdura, que a liderança promovida nas Sagradas Escrituras é uma espécie de dom celestial, que Deus concede a uma pessoa ou grupo, para uma tarefa específica. Assim, o eleito goza de tal autocracia e imunidade, "direito divino", que ninguém ousa questionar. Este conceito de liderança é o que Jesus enfraquece com a parábola de hoje, como muitos profetas fizeram séculos antes. Este interdito irá exacerbar, nos líderes do povo, sumos sacerdotes, anciãos e fariseus, a intenção de removê-lo do seu meio.
Fica claro pela parábola que a liderança não é autocrática, mas uma função delegada para administrar e produzir, necessariamente sujeita à prestação de contas. A tensão que aumenta cada vez que o proprietário busca fazer valer o seu direito, revela a imunidade que os abusadores acreditam ter, apropriando-se do que não lhes pertence. O Evangelho exige o desmascaramento de todos os tipos de chefias, civis e religiosas, em prol de uma distribuição equitativa dos bens entre todos os atores sociais.
Santo do Dia
B. Maria Eugênia Millaret
1817-1898 ? Fundadora da Congregação Nossa Senhora da Assunção. \"Maria? tem muitos significados, como \"amada?, \"senhora?, \"predileta do Senhor?, \"excelsa?, \"suprema?
Madre Millaret nasceu em 1817, em Metz, França. Bem cedo conheceu o sofrimento: o pai caiu na falência, d ois irmãos morreram prematuramente, a mãe morreu louca, vítima da cólera. Sem amparo dos pais e jogada ao léu, Maria Eugênia teve uma adolescência cheia de crise, solidão e angústia. Sua vocação nasceu em Notre-Dame, despertada pelas palavras de Lacordaire. Juntamente com o padre Combalot, fundou a congregação religiosa de Nossa Senhora da Assunção, em 1839. Em 1898, quando morreu, a congregação já havia se espalhado por 30 países, no mundo inteiro. As filhas da Assunção dedicam-se, mediante uma vida intensa de oração e adoração, à educação. Madre Millaret foi beatificada por Paulo VI no dia 9 de fevereiro de 1975.